terça-feira, 10 de julho de 2012

Analisando a "reforma" de 1914 - parte II Autor: Wilmur C. Medeiros Vimos no nosso primeiro estudo, “Analisando a reforma de 1914”, que este movimento não preenche as características fundamentais da verdadeira reforma, mas sim as características dos falsos movimentos. Com isto cumprem-se os textos que dizem: «Eu vi que os misteriosos sinais e maravilhas e as falsas reformas aumentariam e se espalhariam»; «alguns Satanás engana com o espiritismo. Apresenta-se também como um anjo de luz e espalha a sua influência sobre a Terra por meio das falsas reformas» (Primeiros Escritos, ps. 45, 261). Ficou suficientemente provado na nossa consideração anterior que, na verdadeira reforma ou reavivamento, tomariam parte ministros, que desempenhariam um papel de destaque e direção. Citámos textos que testificam a existência de pastores fiéis no seio do movimento adventista, mas que eles não se integram no grupo dissidente surgido em 1914. Referindo-nos ao filho da Sra. White, dissemos que voltaríamos posteriormente a falar sobre ele. Leiamos, portanto, algo interessante que foi escrito a seu respeito: «Depois desse incidente, foi-me dada compreensão de que o Senhor me erguera para dar testemunho d’Ele em muitos lugares, e de que Ele me daria graça e força para a obra. Foi-me mostrado também que o meu filho, W. C. White, seria o meu ajudante e conselheiro, e que o Senhor poria sobre ele o espírito de sabedoria e são discernimento. Foi-me mostrado que o guiaria, e que ele não seria desviado, porque reconheceria as direções e orientações do Espírito Santo. … Porei o Meu Espírito sobre o teu filho, e fortalecê-lo-ei para fazer a sua obra. Ele possui a graça da humildade. O Senhor o escolheu para desempenhar parte importante na Sua obra. Para isso nasceu ele. … Mais recentemente, numa ocasião de perplexidade, o Senhor disse: ‘Dei-te o Meu servo, W. C. White, e dar-lhe-ei discernimento para dirigir sabiamente» (Mensagens Escolhidas, livro 1, ps. 54, 55). Meditemos um pouco sobre esta passagem. Lemos que W. C. White receberia sabedoria divina, são discernimento, que ele reconheceria as direções do Espírito Santo, etc. Se a reforma de 1914 fosse realmente guiada pelo Espírito de Deus, não teria ele reconhecido isto, uma vez que era conhecedor das direções e orientações do mesmo? Pensai bem nesta parte: «Foi-me mostrado que (Deus) o guiaria, e que não seria desviado.» Isto prova que, ao morrer em 1936, ele o fez sem se desviar da verdade e da Igreja verdadeira. Dissemos também, no nosso estudo anterior, que voltaríamos a falar mais alguma coisa sobre as palavras de confiança da Sra. White para a Igreja Adventista. É o que vamos fazer a seguir: «Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não tenha êxito. Deus está à frente da obra, e Ele porá tudo em ordem. Se, na direção da obra, houver coisas que precisem de ajustamentos, Deus disso cuidará, e operará para corrigir todo o erro. Tenhamos fé em que Deus há de pilotar seguramente até ao porto a nobre nau que conduz o povo de Deus» (Testemunhos Seletos, v. II, p. 363). Segundo esta passagem, Deus não guiaria a Igreja Adventista só até 1914, mas sim até ao porto da Canaã Celestial. Ela não sofreu, portanto, naufrágio, mas ao contrário disso, continua sendo pilotada por Cristo e sê-lo-á até entrar no porto desejado. Na mesma página, mais acima, lemos: «Não podemos agora entrar para qualquer organização nova; pois isto significaria apostatar da verdade» (Ibidem). O texto deixa claro que não está no programa de Deus a fundação de uma nova igreja na história do movimento adventista, e que, se tal coisa acontecesse, isso seria nada menos do que um abandono do verdadeiro caminho. Respondamos agora com toda a sinceridade: É o «Movimento de Reforma» uma nova organização, ou não? Qualquer criança responderia sim! A sua existência, então, não é do agrado divino. Por isso, ela não pode mesmo prosperar, como de facto tem acontecido. Em 1913, quando teve lugar a última Assembleia da Conferência Geral, antes da morte da serva do Senhor, ela escreveu uma vibrante mensagem aos representantes da Igreja ali presentes, da qual desejamos mencionar alguns trechos, por serem muito significativos. «O meu interesse na obra em geral é ainda tão intenso como antes, e desejo grandemente que a causa da verdade presente avance firmemente em todas as partes do mundo. (…) A nossa experiência passada não perdeu nem um til da sua força. (…) Cobro ânimo e sinto-me abençoada ao reconhecer que o Deus de Israel ainda está guiando o Seu povo, e continuará com eles até ao fim» (Testemunhos Seletos, v. III, ps. 438, 439). Maravilhosa e confortante promessa! A irmã White, ao escrever estas palavras inspiradas, em 1913, não disse: «Deus estará com a Igreja Adventista até ao próximo ano apenas». As suas palavras foram inconfundíveis: «O Deus de Israel ainda está guiando o Seu povo, e continuará com eles até ao fim». Continuemos a leitura: «O Senhor quer ver a obra da proclamação da terceira mensagem angélica prosseguir com crescente eficiência. Assim COMO Ele agiu em todas as eras para dar vitórias ao Seu povo, também nesta época almeja levar a desfecho triunfante o Seu propósito para a Sua igreja. Ordena Ele que os Seus santos crentes avancem unidos, indo de força em maior força, de fé a acrescida segurança e confiança na verdade e justiça da Sua causa. (…) Devemos ter por muito preciosa a obra que o Senhor tem feito progredir por meio do Seu povo observador dos mandamentos, e que, pelo poder da Sua graça, se tornará mais forte e mais eficiente à medida que o tempo avança. (…) A sua experiência será de crescimento constante, até que, com poder e grande glória, o Senhor desça do Céu para aplicar aos Seus fiéis o selo da vitória final» (Testemunhos Seletos, v. III, p. 440). É interessante notar que, já em 1913, a Igreja Adventista do Sétimo Dia era, pela bênção de Deus, uma organização forte. Possuía um bom número de instituições médicas, de ensino e de publicações. Quase todos os departamento de hoje já estavam organizados. Em muitos países, a mensagem estava sendo pregada e o número de membros crescia aceleradamente. Mas a inspiração afirmou em 1913 que, com o passar dos anos, a igreja se tornaria cada vez mais forte e mais eficiente. Para quê maior evidência de que a mesma não seria rejeitada por Deus em 1914? E agora uma pergunta muito oportuna: Até quando continuaria crescendo a organização adventista? «A sua experiência será de crescimento constante, até que, com poder e grande glória o Senhor desça do Céu» (Testemunhos Seletos, v. III, p. 440). Nada mais claro do que isto. Continuaria crescendo até à segunda vinda de Cristo. Ao ler os textos citados, alguém poderia perguntar: estão-se cumprindo essas predições com respeito ao progresso da obra adventista? Sim, respondemos com alegria de coração. Deus tem operado maravilhas em prol da Sua Igreja. Examinai as nossas fontes informativas e ficareis cônscios desse facto. É, também, facto conhecido por muitos, que a «reforma» possui um número limitadíssimo de adeptos nos Estados Unidos da América, não chegando a atingir nem duzentos. Será que não haveria almas a serem salvas na América, o berço do adventismo? E como harmonizar isto com o conteúdo do capítulo intitulado: «A Obra nas Grandes Cidades Americanas» do livro Evangelismo? Citaremos, a seguir, apenas alguns pequenos trechos do capítulo acima mencionado e recomendamos aos leitores muita atenção ao capítulo todo, bem como a alguns capítulos seguintes. «Enquanto me achava em Nova Iorque, no Inverno de 1901, recebi instrução quanto ao trabalho naquela grande cidade. Noite após noite, passava diante de mim a direção que os nossos irmãos deviam seguir. No território da União Nova Iorque Maior, a mensagem tem de ir avante como uma lâmpada ardente. Deus suscitará obreiros para esta obra. (…) Seja feito aí um centro para a obra de Deus, e tudo quanto for feito seja um símbolo da obra que o Senhor deseja ver feita em todo o mundo. (…) Nessa grande cidade há milhares que não dobraram os joelhos a Baal. (…) Deus quer que a obra vá avante em Nova Iorque. Deve haver nesse lugar milhares de observadores do Sábado… Há milhares em Boston ansiando pela verdade simples tal como é em Jesus. (…) Em todas as nossas grandes cidades, tem Deus almas sinceras que se interessam em saber o que é a verdade. (…) Tenho escrito muito acerca da necessidade de fazer mais decididos esforços evangelísticos em Washington, D. C. (…) Washington, a capital dos Estados Unidos, é precisamente o lugar de onde esta verdade deve irradiar» (Evangelismo, ps. 384, 385, 387, 389, 391, 394-395). «A obra missionária no nosso país muito progredirá em todos os sentidos» (Vida e Ensinos, p. 220). Perguntamos agora: É a mensagem «reformista» ou adventista que tem ido avante em Nova Iorque? Note o prezado leitor que Nova Iorque é um centro da obra adventista. Temos ali milhares de guardadores do Sábado, como já previa a irmã White. De Washington, a verdade tem irradiado de uma maneira especial, pois ali está situada a sede da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e num local da escolha divina. De modo que tudo o que lemos nos trechos do livro Evangelismo se cumpre com a IASD; mas, e com a «reforma», cumpre-se alguma coisa? Repitamos com a irmã White as palavras: «Ao recapitular a nossa história passada, havendo revisado cada passo do progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que Deus tem obrado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado» (Testemunhos Seletos, v. III, p. 443). Sim, prezado leitor, com respeito à nossa preparação individual, devemos preocupar-nos cada dia mais e procurar sempre fazer melhor a vontade de Deus, mas no que diz respeito à Igreja, estejamos tranquilos, pois «a causa da verdade presente, à qual damos a nossa vida e tudo quanto possuímos, destina-se a triunfar gloriosamente» (Mensagens Escolhidas, livro 2, p. 399). (Refeito pelo Pastor Manuel Nobre Cordeiro, da Revista Adventista Portuguesa de fevereiro de 1977, ps. 8 e 9.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário