sábado, 31 de março de 2012

OS ADVENTISTAS DA REFORMA Pr. Roberto de Oliveira Levar: Os Adventistas da Reforma, Uma Só Organização Adventista à Luz da Profecia, O Movimento de Reforma e o Espírito de Profecia, O Livro do Pecado, O Grande Conflito e Testemunhos Seletos Vol. II. I) Características 1ª) Culto semelhante ao nosso; 2ª) Crêem no Espírito de Profecia; 3ª) Vegetarianos ardorosos; 4ª) Vestimentas à moda antiga. II) Como Se Aproximam de Um Adventista Um método muito usado pelos reformistas, apesar de ser raro hoje em dia, é visitar uma IASD dissimulando ser adventista normal, sentar-se ao lado de alguém que julga desinformado, comentar que os costumes do mundo estão entrando na Igreja, dizer que pertence a um movimento da Igreja que conserva os princípios antigos e sentir a reação: Se a pessoa demonstrar interesse, ele ou ela se convida para almoçar após o culto e, munido com passagens isoladas de livros de Ellen G. White, tenta convencer a pessoa que Deus a está chamando para juntar-se a eles, que foi o Espírito Santo que o guiou para sentar-se ao seu lado na igreja, etc. O próximo passo é convidá-lo para um culto na Igreja da Reforma, onde é tratado com extrema cortesia e levado a impressionar-se com a forma antiga das músicas (somente órgão), bem como o modelo das vestimentas. III) História 1. Como Eles Contam Em 1914, ao começar a Primeira Guerra Mundial, o governo alemão convoca todos os jovens do país, inclusive os adventistas. Alguns irmãos, líderes de igreja local, entre eles Wick, Richter e Dörschler, pedem que a Associação Alemã faça alguma coisa para os nossos jovens não matarem e não morrerem, mas os pastores se acovardam e até enviam cartas às igrejas, autorizando os jovens convocados a pegarem em armas. Esses irmãos se revoltam, criam um cisma e depois descobrem que tudo estava previsto no Espírito de Profecia. Citam as seguintes passagens: ''Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades". Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 121. ''O povo de Deus não suportará a prova a menos que haja um reavivamento e uma reforma entre o povo de Deus, mas esta deve começar sua obra purificadora entre os ministros". Testemonies, Vol. I, pág. 469. ''Quando a religião de Cristo for mais desprezada, quando Sua lei mais desprezada for, então deve nosso zelo ser mais ardoroso e nosso ânimo e firmeza mais inabaláveis. Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões - essa será nossa prova. Naquele tempo devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia, e lealdade de sua traição". Testemunhos Seletos, Vol. II, pág. 31. ''Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular". O Grande Conflito, pág. 608, edição completa de 2001. E assim mostram várias passagens semelhantes a estas, nas quais a Sra. White diz que a Igreja precisa de uma reforma, que haveria muitos que abandonariam a fé, etc. E afirmam que isto se cumpriu quando os dirigentes da IASD na Alemanha permitiram aos jovens matar na guerra, bem como se cumpre hoje na forma como os adventistas se vestem e se alimentam. Antes de contar a verdadeira história deles, quero primeiramente afirmar que os textos do Espírito de Profecia que eles mencionam são pedaços de parágrafos tirados de seu contexto. Basta pedirmos para que eles leiam todo o parágrafo ou toda a página. Ex.1: No texto que já lemos, Testemunhos Seletos, Vol. II, pág. 31, a continuação do parágrafo diz: ''Foi-me mostrado que o que agora se desenrola haveria de suceder, que seria imposta ao povo a observância de uma instituição do papado por meio de uma lei dominical, enquanto se pisaria a pés o santificado dia de repouso de Jeová". Ex.2: A continuação do parágrafo que lemos no O Grande Conflito, pág. 608, diz: ''Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra eles". Portanto, a Sra. White se refere aqui à época do Decreto Dominical, quando alguns membros da Igreja abandonarão a fé e trairão seus antigos irmãos. Quanto ao uso das expressões ''reavivamento'' e ''reforma", a Sra. White jamais as empregou no sentido de que haveria um grupo de pessoas fiéis que precisariam abandonar a Igreja, mas ela pregava uma reforma individual que deve haver entre os membros dentro da Igreja para juntos pregarem com mais eficácia o evangelho de Cristo. 2. Como Realmente Aconteceu Segundo um artigo publicado na Revista Adventista de dezembro de 1975, relatando o testemunho deixado pelo Pr. R. Ruhling, secretário da União da Alemanha de 1913 em diante, o cisma, de fato, ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, mas começou de um modo bem diferente. A guerra começou em agosto de 1914. No final deste ano, dois jovens adventistas chamados J. Wick e Czukta foram recrutados pelo exército alemão. No quartel, Wick diz ter tido uma visão (algo muito comum em tempo de guerra): Lhe teria sido mostrado que quando as cerejeiras florissem na primavera (meses de abril a maio), terminaria o tempo da graça. Convicto de que todos os adventistas precisavam ser informados, Wick envia uma carta para a Casa Publicadora da Alemanha, pedindo que publicassem a sua visão, mas a editora recusou-se a fazer isto. Wick e Czukta decidem fugir do exército (desertar). Wick, escondido na casa de um amigo, consegue dinheiro e, por conta própria, publica um folheto com a suposta visão e o envia a todas as igrejas da Alemanha. Algumas dessas igrejas, assustadas com a guerra, acreditam na visão e passam a divulgá-la, especialmente as do subúrbio de Berlim, a capital do país, e também algumas igrejas nas cidades de Bremen, Hamburgo e Munique. Mas a primavera de 1915 chegou, as árvores floresceram, e nada aconteceu. Nesse ínterim, Wick e Czukta são achados pela polícia do exército, julgados por traição à pátria e condenados a cinco anos de cadeia. Tempos depois, Czukta morre na prisão e Wick, após cumprir a sua pena, volta para casa e desaparece na história. A única coisa que se sabe é que ele não se uniu aos reformistas. Mesmo com o fracasso da profecia de Wick, o movimento que pregou o fechamento da porta da graça cresceu, pois um irmão da Igreja de Bremen, chamado Richter, começou a denunciar que a igreja havia se tornado Babilônia, pois permitiu que seus jovens pegassem em armas para matar. (Na verdade, os líderes da IASD da Alemanha, entre eles o Pastores Schubert, Conradi e Drinhaus, tentaram interceder pelos nossos jovens junto ao governo alemão, mas a resposta foi que se a IASD impedisse seus jovens de servir na guerra, os seus templos seriam fechados. A solução foi liberar os jovens a agirem segundo a sua consciência). Os dissidentes passaram a imprimir folhetos convidando os membros adventistas a saírem da Igreja e se unirem a eles, mostrando supostas previsões nos livros do Espírito de Profecia, onde a Sra. White diz que a Igreja passaria por uma reforma. A IASD da Alemanha suportou o grupo dissidente até 1920. Em julho deste ano, na cidade de Friedensau, Alemanha, houve uma reunião de nossos líderes, inclusive com a presença de representantes da Associação Geral, com a liderança dos reformistas, para se tomar uma posição final. Até essa época, nenhum pastor adventista ordenado havia se unido ao movimento. Os reformistas eram liderados por um ex-ancião chamado Dörschler, e haviam estabelecido seu escritório central na cidade de Würzburg, no sul da Alemanha. Nesta reunião, o Pastor Daniells, presidente da Associação Geral, pediu para que os dissidentes cessassem a revolta, até porque a guerra já havia terminado e a questão de pegar em armas estava resolvida, pois a IASD havia tomado a decisão que, em caso de nova guerra, os jovens deveriam servir no corpo médico, salvando vidas. A resposta dos líderes reformistas foi que a Igreja, com essa decisão, estava se unindo à Cruz Vermelha, uma instituição de origem satânica, pois curava soldados que voltariam a matar, tornando-se, desta forma, assassinos indiretos. E assim, por terem mantido suas posições e por chamarem a IASD de ''Babilônia'' em suas publicações, foram excluídos do rol de membros. Qualquer organização teria feito o mesmo. A incoerência dos reformistas é que depois passaram a dizer que foram ''obrigados'' a fundar uma nova igreja porque foram excluídos da nossa. Mas se era ''Babilônia'', porque queriam ficar? Passaram a dizer em sua literatura que todas as promessas dadas por Deus à IASD através de Ellen G. White (igrejas no mundo inteiro, hospitais, editoras, etc.) passariam a se cumprir na Reforma, e a IASD iria se extinguir. Mas aconteceu exatamente o oposto, conforme veremos daqui a pouco. Sobre a questão de nos chamar de Babilônia, os reformistas emudecem imediatamente quando os confrontamos com as seguintes passagens do Espírito de Profecia: "Meu irmão, soube que estais assumindo a posição de que a igreja adventista do sétimo dia é Babilônia e de que todos os que se querem salvar devem sair dela. Não sois o único homem que o diabo tem enganado nessa questão". Testemunhos Para Ministros, pág. 58. ''Quando se levanta alguém, de nosso meio ou fora de nós, tendo a preocupação de proclamar uma mensagem que declare que o povo de Deus pertence ao número dos de Babilônia, e que pretenda que o alto clamor é um chamado para sair dela, podereis saber que esse tal não é portador da mensagem de verdade.... Deus não falou por ele, nem lhe confiou uma mensagem". Idem, pág. 41. A Sra. White deixou-nos, ainda, estas palavras ditas na última Conferência da Associação Geral que assistiu, em 1913: ''O Deus de Israel continua guiando o Seu povo, e com ele continuará até o fim.... A obra de Deus se tornará mais eficiente e mais forte com o decorrer do tempo". Life Sketches, pág. 437 e 438. IV) A Reforma de 1951 Alguns anos se passaram desde 1920. No dia 20 de maio de 1951 houve uma Conferência Geral dos Adventistas da Reforma. Local: Holanda. A Reforma não estava progredindo, e houve muita discussão sobre os motivos. Demétrio Nicolici, um dos líderes descontentes, apresenta um relatório dos erros que estavam sendo cometidos (material conhecido hoje como ''O Livro do Pecado'') e faz a seguinte conclusão: - ''Por que só a ''Igreja Grande'' (a forma como até hoje denominam a IASD) cresce? Por que as promessas do Espírito de Profecia não de cumprem também em nossa Igreja? Porque há pecado e corrupção entre nós!'' Houve então um cisma. Uma parte dos delegados presentes segue a Demétrio Nicolici e a André Lávrik, enquanto os demais continuam com seu presidente, Carlos Kozel. Os bens da igreja também são divididos após uma vergonhosa batalha judicial, e assim surge a Reforma de 1951, ou seja, a ''reforma da reforma''. No Brasil, a editora dos reformistas de 1951 chama-se ''A Verdade Presente". V) A Situação da Reforma Hoje Progrediram somente até a década de 1970. O país em que mais se desenvolveram foi o Brasil. A Igreja de Cascadura, no Rio de Janeiro, na época a maior do país, talvez do mundo, chegou a ter 200 membros, mas hoje são menos de 60 membros. Segundo relatórios por eles divulgados, em 1998 possuíam 27.800 membros no mundo e 7.700 no Brasil. Nos EUA eram apenas 663, reunindo-se em 6 igrejas! Retiraram-se de boa parte dos países em que haviam penetrado. Estão desanimados e confusos. Em seus melhores tempos, eles pregaram que eram os 144.000 do Apocalipse, e que quando atingissem esse número, o mundo acabaria. Como não conseguiam alcançar, passaram a dizer que os que morriam também deveriam ser contados, mas nem assim conseguem chegar próximo ao número escatológico. Somente não desistem e retornam todos de uma vez para a IASD por orgulho, mas uma boa parte deles são sinceros e cremos que serão salvos. VI) Por Que Não Crescem? 1º) O primeiro motivo está no contexto da declaração de Ellen G. White citada agora a pouco: ''Quando se levanta alguém, de nosso meio ou fora de nós, tendo a preocupação de proclamar uma mensagem que declare... que o alto clamor é um chamado para sair dela [da IASD], podereis saber que esse tal não é portador da mensagem de verdade.... Deus não falou por ele, nem lhe confiou uma mensagem". Testemunhos Para Ministros, pág. 41. 2º) O segundo motivo é que eles não se preocuparam em evangelizar o mundo, mas em ''pescar'' membros já evangelizados da ''Igreja Grande'', pois era mais fácil. 3º) O terceiro motivo surgiu em conseqüência do segundo: A maior parte dos adventistas que passaram para lá não contribuíram para desenvolver o movimento. Apesar de haver exceções, pois muitos são sinceros, a maioria deles eram irmãos problemáticos, revoltados, magoados, ou extremistas. Só contribuíram para formar mais divisões. Hoje, já existem várias ''reformas da reforma". VII) Experiências Minhas Com a Reforma Exp. 1: Minha mãe quase se tornou reformista quando vimos para o Rio de Janeiro, pois ao procurar o endereço da IASD de Duque de Caxias, alguém na rua nos apontou a Igreja da Reforma. Exp. 2: O Contato que tive com os reformistas em Macaé (12 membros)  A filha internada por dois meses com anemia profunda, e os dois filhos batizados depois na IASD. Exp. 3: A Igreja da Reforma em Resende (22 membros). VIII) Como Argumentar Com Eles? Três argumentos: 1º) Se Ellen G. White morreu em 1915, por que não se tornou reformista? Obs.: Não vale o argumento que ela já estava esclerosada, pois Ellen G. White faleceu não por doenças senis, mas por fraturar o quadril em um tombo dentro de sua casa. Deus permitiu que ela morresse antes que sua mente ficasse enfraquecida. 2º) Provar que os textos do Espírito de Profecia que apresentam, são mostrados fora do contexto. 3º) Em seu testamento, a Sra. White deixa todo o seu legado aos cuidados da IASD. Há uma cópia no White Center, São Paulo.

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